Não há o que fazer, infelizmente, mas podemos pensar nos valores e comportamentos sociais que cada ser desenvolve. Ao mesmo tempo que os telejornais brasileiros noticiavam a morte de Jackson, morria uma pessoa, em Franca, vítima de atropelamento. Sabemos que uma coisa não tem a ver com a outra, mas precisamos pensar que nenhuma morte é mais ou menos importante.
Evandro Ferreira dos Santos, de 64 anos, era eletricista e empurrava sua bicicleta em uma rotatória da Avenida Dr. Hélio Palermo, como fazia todos os dias, nesse mesmo horário, às 6h30 da manhã, quando foi atropelado por um carro. Com o impacto ele caiu ao chão e bateu com a cabeça. Morreu na hora.
O espaço que ele vai ganhar na mídia?
Uma matéria curta na TV Record local, além de uma outra em um jornal impresso da cidade. Mas o motivo pelo qual ele morreu não ganhará destaque, por que Santos não era famoso e não será agora que ele vai ser.
Enquanto Michael Jackson, morreu em uma mansão, com todos os motivos do mundo para ter sido feliz, não aproveitou em nada a sua vida, morreu porque era indisciplinado, talvez viciado em drogas, perturbado, ganha páginas e páginas estampando sua carreira, sua vida e sua morte.
Com a morte de Santos, alguém precisa aprender a respeitar os pedestres e principalmente a vida no trânsito brasileiro que não cansa de matar. A de Jackson, temos que aprender a filtar o que é bom essa vida, e o resto é somente resto.