sexta-feira, 26 de junho de 2009

Adeus a um cantor e a um eletricista

É engraçado observar como as pessoas se comportam nas mais diversas situações do cotidiano. O “astro do pop” Michael Jackson morreu na noite de ontem e agora seremos vencidos pelas mais variadas mídias que não vão se esquecer tão cedo desse acontecido.

Não há o que fazer, infelizmente, mas podemos pensar nos valores e comportamentos sociais que cada ser desenvolve. Ao mesmo tempo que os telejornais brasileiros noticiavam a morte de Jackson, morria uma pessoa, em Franca, vítima de atropelamento. Sabemos que uma coisa não tem a ver com a outra, mas precisamos pensar que nenhuma morte é mais ou menos importante.

Evandro Ferreira dos Santos, de 64 anos, era eletricista e empurrava sua bicicleta em uma rotatória da Avenida Dr. Hélio Palermo, como fazia todos os dias, nesse mesmo horário, às 6h30 da manhã, quando foi atropelado por um carro. Com o impacto ele caiu ao chão e bateu com a cabeça. Morreu na hora.

O espaço que ele vai ganhar na mídia?
Uma matéria curta na TV Record local, além de uma outra em um jornal impresso da cidade. Mas o motivo pelo qual ele morreu não ganhará destaque, por que Santos não era famoso e não será agora que ele vai ser.

Enquanto Michael Jackson, morreu em uma mansão, com todos os motivos do mundo para ter sido feliz, não aproveitou em nada a sua vida, morreu porque era indisciplinado, talvez viciado em drogas, perturbado, ganha páginas e páginas estampando sua carreira, sua vida e sua morte.

Com a morte de Santos, alguém precisa aprender a respeitar os pedestres e principalmente a vida no trânsito brasileiro que não cansa de matar. A de Jackson, temos que aprender a filtar o que é bom essa vida, e o resto é somente resto.

2 comentários:

  1. Concordo quando você diz que toda vida é importante e a pouca importância que nós damos a ela, tal é a banalização da violência em nosso país.

    Discordo quanto ao Michael Jackson. Ele pode ter sido excêntrico, teve seus problemas que não foram provados (culpa dos pais dos meninos que preferiram o dinheiro à honra dos seus filhos), não se sabe se ele tinha vitiligo, não se sabe se a utilização de máscaras era devido a uma doença respiratória, mas é inegável o legado que ele deixou.

    Sua voz única, seu talento nato, suas coreografias perfeitas e inovadores. Ninguém nunca mais conseguirá vender tantos discos quanto ele. Um gênio. Suas excentricidades não diminuem sua genialidade.

    Temos sim que exaltar a vida a todo momento, dos lixeiros aos executivos, porém não podemos deixar de reconhecer o brilho de uma estrela de tamanha grandeza quanto a de Michael Jackson. O único artista solo depois de Elvis Presley (outro excêntrico) que conseguiu ser Rei.

    Os medíocres como eu, tem que buscar o seu legado com todos os esforços, porque desperdiçar a vida é passar por ela e não deixar a sua marca, porque o tempo apaga tudo, só não apaga as realizações dos gênios.

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  2. Concordo com você Amálio. O texto na verdade é um desabafo, por ser sufocada o tempo todo com celebridades mortes, seba-se lá porque. Pode ser por drogas, alcoolismo, sei lá o que.

    Só precisamos olhar para o mundo que está debaixo do nosso nariz. Precisamos saber o que está acontecendo nas regiões Norte e Nordeste, regiões estas tão castigadas pela violância, pela seca, pela chuva exagerada.

    Todas as pessoas são importantes, mas umas precisam mais de "um olhar" do que as outras.

    Beijo.

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